Política fiscal e impacto na economia da habitação As novas regras fiscais para a habitação pretendem estimular oferta, regular preços e gerar efeitos relevantes na economia nacional. 28 dez 2025 min de leitura Introdução às novas medidas fiscais A nova estratégia fiscal aplicada ao setor da habitação apresenta um conjunto de alterações que procuram reforçar a oferta e corrigir desequilíbrios que influenciam a economia portuguesa. Com mudanças que abrangem diversos impostos, estas medidas têm como objetivo estimular a construção, dinamizar o arrendamento e facilitar a aquisição de imóveis a preços moderados. A economia nacional tem enfrentado desafios significativos devido à escassez de soluções habitacionais e ao aumento dos custos, sendo este pacote uma tentativa de responder às fragilidades existentes. IVA reduzido e estímulos à construção Entre as medidas com maior impacto direto na economia está a aplicação de IVA reduzido nas obras de construção e reabilitação destinadas à venda ou arrendamento. Além de favorecer o investimento, esta redução introduz previsibilidade e incentiva o lançamento de novos projetos. Para quem constrói habitação própria, o regime de restituição parcial de IVA representa também um mecanismo que pode dinamizar a economia familiar e reforçar o investimento privado no setor habitacional. Estas iniciativas procuram ainda limitar abusos ao exigir cumprimento rigoroso das condições associadas à venda ou arrendamento. Benefícios no arrendamento e impacto económico A redução da tributação sobre rendimentos prediais é outro elemento central do pacote fiscal. Proprietários que disponibilizem casas a preços moderados passam a beneficiar de uma taxa inferior, o que pode aumentar significativamente a oferta no mercado. Esta alteração tende a refletir-se na economia urbana ao promover maior mobilidade, estabilizar preços e criar condições mais previsíveis para quem procura arrendar. Também os inquilinos são beneficiados através de deduções fiscais mais elevadas, o que ajuda a equilibrar os orçamentos das famílias. Contratos de investimento e incentivos estruturais Os Contratos de Investimento para Arrendamento introduzem um novo modelo de estímulo ao mercado habitacional. Ao oferecer isenções e reduções fiscais durante largos períodos, estes contratos criam condições ideais para atrair investimento sustentável. A economia poderá beneficiar de uma maior previsibilidade e de um reforço da capacidade de resposta do mercado, especialmente num setor onde os ciclos de construção são longos e exigem estabilidade. A possibilidade de indemnização em caso de alterações legislativas reforça ainda mais a confiança dos investidores. Arrendamento acessível e medidas municipais O regime simplificado de arrendamento acessível pretende expandir a oferta de imóveis com rendas controladas, eliminando burocracia excessiva e oferecendo incentivos fiscais a quem adere. Ao estabelecer limites de renda e isenção de impostos, esta medida pode gerar efeitos positivos na economia local, estimulando o consumo e promovendo equilíbrio social. Paralelamente, os municípios passam a ter maior margem para apoiar aquisições de habitação própria através de isenções de imposto, reforçando a economia regional. Novas regras para compradores não residentes Com o objetivo de moderar a pressão externa sobre o mercado, quem adquire imóveis em Portugal sem ser residente passa a enfrentar uma taxa fixa mais elevada. Esta medida procura equilibrar o acesso à habitação e proteger o mercado interno, influenciando diretamente a economia ao limitar impactos especulativos. Exceções aplicam-se a quem venha a tornar-se residente ou coloque o imóvel no mercado de arrendamento moderado, introduzindo flexibilidade sem comprometer a competitividade. Conclusão: impacto global na economia O pacote fiscal apresentado constitui uma tentativa abrangente de reorganizar o setor da habitação e de impulsionar a economia através da construção, reabilitação e arrendamento. Com estímulos fiscais, maior previsibilidade e mecanismos de controlo, o Estado procura criar condições para aumentar a oferta e regular preços. O impacto efetivo dependerá da capacidade do setor da construção em responder aos incentivos e da aplicação rigorosa das novas regras. Num país com fortes necessidades habitacionais, estas medidas podem representar um passo decisivo para uma economia mais equilibrada e sustentável. FONTE: SUPERCASA Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado