Mais de 73 mil créditos habitação foram renegociados até setembro

Até setembro deste ano os principais bancos privados negociaram mais de 73 mil créditos habitação, um número que se justifica pela avultada dificuldade dos agregados em conseguirem suportar as prestações mensais da casa. De acordo com os dados, o Santader Totta foi o banco que mais créditos renegociou, com mais de 36 mil desde o início do ano, seguido do Novo Banco, que efetuou 17.700 renegociações, e finalmente o BCP, com mais de 16.000. 


O Banco Português de Investimento (BPI) não facultou o total de renegociações, mencionando apenas que o total dos créditos renegociados totalizou 950 milhões de euros, com 414 milhões de euros em créditos renegociados a acontecer ao abrigo do decreto-lei 80A/2022, que estabelece as medidas implementadas pelo Governo para mitigar o efeito da inflação, abrangendo 3.400 clientes.

Grande parte destas renegociações aconteceu ao abrigo da legislação criada pelo Governo, no entanto, a maioria decorre por acordo comercial entre cliente e banco (a chamada renegociação comercial).

De acordo com a legislação em vigor, os clientes mutuários de crédito habitação podem dirigir-se aos bancos e pedir a bonificação do crédito ou, mais recentemente, a moratória no crédito, que fixa a prestação ao indexante a 70% da Euribor a 6 meses, e que se traduz num desconto por 2 anos.

No entanto, as renegociações do crédito podem ser efetuadas de várias formas, sendo as mais comuns o pedido de baixa do spread, o aumento do prazo de pagamento do crédito ou o pedido de carência no pagamento de capital. 

O efeito da subida das taxas juros tem estado na origem destes pedidos, que levam milhares de famílias com crédito habitação aos bancos para um pedido de renegociação ou ajuste, conforme o aumento das Euribor, cujo efeito é mais significativo nos contratos a taxa variável.