Inflação nos 2% deve levar à descida das Taxas de Juro

Esta é uma ideia defendida pelo Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que publicou uma análise à economia portuguesa e à política monetária europeia.
05 set 2023 min de leitura
Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal (BdP) divulgou esta segunda-feira uma análise à economia nacional e à política monetária europeia, onde defende que, mal exista controlo da inflação, o Banco Central Europeu (BCE) deve começar a descer as taxas de juro. 

O Governador do BdP explica, na sua análise, que "a inflação deverá aproximar-se dos 2%. Na ausência de novos choques e com a materialização da transmissão da política monetária à economia, o objetivo de médio prazo está ao nosso alcance no horizonte próximo". E garante ainda que "assegurada a convergência para a estabilidade de preços, a política monetária deverá traçar um caminho previsível de redução das taxas de juro, mas longe dos tempos de taxas de juro de zero ou mesmo negativas"

Centeno reforçou ainda que a possibilidade de um aumento grave das taxas de juro, pelo BCE, poderá ser um risco para o governador do BdP, pedindo prudência nas decisões da política monetária: "o risco de «fazer demais» começa a ser material; a inflação tem-se reduzido mais rapidamente do que subiu e a economia está a ajustar-se às novas condições financeiras"

O Governador do BdP pede ainda a manutenção "do equilíbrio para reduzir a dívida num contexto de inflação baixa e taxas de juro mais elevadas", a nível orçamental, defendendo que "a política orçamental deve continuar a orientar-se pela noção de que não se alterou aquilo que há cinco anos não era financiável". E acrescenta: "o peso da despesa permanente na economia continua acima de 2019, mas deve reduzir-se para garantir a sustentabilidade ao longo do ciclo económico".

O antigo Ministro das Finanças assinala: "num momento de possível mudança do ciclo económico, não podemos ser apanhados desprevenidos, como tantas vezes aconteceu. No último episódio recessivo, pela primeira vez em muitas décadas, a dívida total caiu 7,7 pontos percentuais do PIB. As empresas terminaram 2022 com a dívida nominal, líquida de depósitos, inferior à de 2019 em 4 mil milhões de euros e a das famílias em 9 mil milhões de euros. O espaço para atuar de forma contracíclica permitiu a coordenação das políticas para responder à crise pandémica; deverá ser assim quando o ciclo se inverter. A estabilidade financeira e a previsibilidade dos modelos de negócios potenciam o investimento. Compete aos decisores honrar estes princípios"

Fonte: SUPERCASA
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